Eleitor religioso desconfia da fé exagerada do candidato Eleitor religioso desconfia da fé exagerada do candidato (Via Blog do Noblat)
Blog de Roldão Arruda
A eleição presidencial de 2010 demonstrou de forma bem acabada a força dos grupos religiosos conservadores no processo político. É quase certo que eles empurraram a eleição para o segundo turno, com a questão do aborto, como demonstrou José Roberto Toledo numa das análises que fez sobre aquele período.Todo político que pleiteia algum cargo executivo sabe hoje que não é aconselhável ignorar tal força. A preocupação dos candidatos à Prefeitura de São Paulo em se aproximar de líderes religiosos deixa o fato evidente.
Alguns estudos indicam, porém, que não se deve exagerar. Excessos na desmonstração de fé mais atrapalham que ajudam.
Dias atrás, num encontro de feministas, em São Paulo, elas conheceram os resultados de uma pesquisa qualitativa realizada no início do ano, para verificar se o debate sobre aborto teria peso nas eleições municipais.
Em linhas gerais, ficaram sabendo o seguinte: 1) a questão pesa, sim, no debate para prefeito; 2) qualquer candidato que defender o aborto perde voto; 3) o candidato que se declarar contrário, ressalvando, porém, seus respeito às normas legais, que autorizam o aborto em caso de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia, tende a ganhar votos; 4) aquele que se manifestar contra toda forma de aborto, até as autorizadas pelas leis, não perde nem ganha. Fica parado.
Esses resultados remetem diretamente a um longo e provocativo artigo publicado pelo sociólogo Flávio Pierucci na revista Novos Estudos, do Cebrap, em março de 2011.
Professor da USP e especialista em questões envolvendo voto e religião, ele observou que, de fato, o voto religioso empurrou a eleição presidencial de 2010 para o segundo turno, prejudicando Dilma Rousseff (PT). Logo em seguida, porém, se transformou num estorvo para quem apostou nele.
Leia a íntegra em Eleitor religioso desconfia da fé exagerada do candidato
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